Foto: Leonardo Benassatto/Reuters
Nesta segunda-feira (29), a defesa de Lula disse que irá à ONU (Organização das Nações Unidas) denunciar a atuação do juiz Sérgio Moro e a perseguição ao ex-presidente, afirmando que estamos em um “estado de exceção”, ou seja, situação que ocorre quando as leis ou dispositivos legais não são aplicadas a todos de maneira igual. A defesa afirma que foi o que ocorreu no processo que condenou o ex-presidente, sem provas, no caso do tríplex.
Segundo o advogado de Lula na ação deste caso, Cristiano Zanin Martins, entre os pontos que serão apresentados estão: a pressa com que foi realizada o julgamento da ação, o cerceamento do direito de defesa e as gravações de ligações telefônicas do escritório que cuida do casos casos de Lula.
Hoje (30), os advogados do ex-presidente entraram com um pedido de habeas corpus preventivo no STJ (Superior Tribunal de Justiça), para tentar afastar a antecipação de cumprimento da pena de 12 anos e 1 mês de prisão em regime fechado a qual Lula foi condenado.
Condenação sem provas
Durante o julgamento, a defesa de Lula apontou para a ausência de provas e afirmou que não se foi feita a prova de culpa, mas sim a de inocência. Porém este argumento foi refutado pelo desembargador João Pedro Gebran Neto, o primeiro dos três relatores a votar. Dessa forma, o desembargador declarou seu voto favorável à sentença imposta pelo juiz Sergio Moro, seu amigo pessoal, mesmo com a falta de provas no caso. A proximidade entre o desembargador e o juiz está comprovada nos agradecimentos da tese de doutorado de Moro, no qual faz uma menção especial a seu amigo João Pedro Gebran Neto.
Juiz partidário
Em artigo publicado no dia 23 de janeiro no New York Times, o economista americano Mark Weisbrot apresenta que, ao agir de forma partidária, o juiz Sérgio Moro colocou a democracia brasileira à beira do abismo. Segundo ele, será uma calamidade para o Brasil, para a América e para o mundo se o ex-presidente for impedido de se candidatar. “O Brasil se reconstituirá como uma forma de democracia eleitoral muito mais limitada, em que um judiciário politizado pode excluir um líder político popular de se candidatar a cargos. Isso seria uma calamidade para os brasileiros, a região e o mundo”, afirma o economista.
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